Um problema sexual específico fornece muitas vezes o ímpeto para uma mulher procurar tratamento em primeiro lugar.
Os traumas na sexualidade são um obstáculo. Muitas mulheres procuram formas de aumentar o seu desejo ou libido. Mas deviam começar por resolver o que está por detrás dessa falta.
Penso muitas vezes no processo da reparação e da cura. Um processo que pode começar de muitas maneiras, mas que deve ter um resultado estruturante. Para muitos terapeutas, e para muitas mulheres, abordar as questões sexuais é visto como o estágio final na recuperação do trauma e do abuso sexual. Para outras mulheres, faz mais sentido abordar diretamente os problemas sexuais.
O que se trata depende, em primeiro lugar, da natureza do problema. Mas também da história e personalidade de cada pessoa.
Para mim, no caso de trauma enraizado e profundo, é importante começar por retirar a carga traumática. Quando o peso do trauma é muito intenso, o avanço é mais difícil. É preciso criar o espaço para que a expressão da sexualidade surja depois.
As preocupações com o futuro vão surgir, então, após se resolverem sentimentos de raiva, culpa, medo… E após as mulheres começarem a sentir-se melhor e a cuidar mais de si mesmas.
Noutros casos, pode ser mais apropriado e útil começar diretamente a explorar o tema da sexualidade. Por vezes é possível uma abordagem mais funcional e prática. A parte emocional pode estar mais ligada a comportamentos que precisam de ser reaprendidos.
As questões sexuais podem surgir também noutros estágios, à medida que percebemos mais sobre o que nos aconteceu; e como isso afetou as atitudes, a autoestima e os relacionamentos importantes na nossa vida.
A metamorfose íntima é um processo dinâmico sistémico, em que, ao tratarmos de um problema específico, tratamos o todo e fazemos uma transformação integral. Uma reparação do Eu.
Não acha que está na altura de iniciar a sua metamorfose íntima?